Conheça o caso


Petroleira candidata ao Conselho Administrativo da

 Transpetro, Ana Paula Aramuni, é demitida


Ana Paula em mobilização pela valorização do setor de manutenção operacional realizada este ano no Terminal de Cabiúnas

Ana Paula é a primeira trabalhadora mulher de uma estatal demitida no Governo Dilma. Nesse caso, ainda mais grave. A demitida nesta sexta-feira (4) trabalha no Terminal de Cabiúnas, no Norte Fluminense, que refina a maior parte do gás natural do país e está em período de estabilidade por ser ex-membro da Cipa e atual candidata ao Conselho de Administração (C.A.) da Transpetro. A indignação que já toma conta da categoria precisa, mais do que nunca, se reverter em uma campanha nacional ampla pela reintegração imediata de Ana Paula. Como o Governo de uma mulher pode demitir uma trabalhadora apenas por ela querer defender o direito dos trabalhadores?

Entre as justificativas apresentadas pela empresa estão “insubordinação, desacato aos superiores e indisciplina”. Ana Paula estava no trabalho quando, na hora do almoço, foi surpreendida por um chamado na sala de Recursos Humanos da empresa. Estava presente a mesma profissional que assinou sua carteira de trabalho, dessa vez para informar seu desligamento definitivo da estatal.

O objetivo é bem claro: impedir que Ana se torne a representante dos trabalhadores no C.A. da Transpetro

Nos últimos meses a Petrobras amargou a eleição de Sílvio Sinedino para o Conselho de Administração da Petrobrás. Como o Terminal de Cabiúnas é uma das maiores bases da Transpetro no país, a eleição de Ana sempre foi apontada como bastante provável por todos. Mas, em uma base que hoje produz cerca de 80% do petróleo brasileiro, ter a possibilidade de eleger novamente uma representante de luta, independente do governo e combativa seria mais um “presente de inimigo” para a empresa e o governo.

Vale lembrar que a demissão, além de ter um objetivo político nítido, ainda extrapola a legalidade também nos marcos do regimento da Transpetro. Segundo a norma que regula as eleições para o Conselho Administrativo, fica impedida qualquer demissão de empregado que esteja concorrendo ao cargo de representante. 


Além de Ana Paula, outros trabalhadores estão sendo perseguidos no Norte Fluminense, como outros membros da Oposição Unificada que estão sendo perseguidos também nas plataformas de petróleo. No Terminal de Cabiúnas, em Macaé, a regra executada pela chefia tem sido retirar direitos e instaurar comissões internas para quem decide lutar em prol dos petroleiros, que hoje se sentem coagidos. Só este ano quatro comissões disciplinares foram realizadas, com o objetivo de amedrontar a categoria, conhecida nacionalmente pela combatividade. Ainda, houveram mais dois trabalhadores punidos, além das punições veladas no setor de manutenção operacional, retirada de direitos como permuta com dobra, desconto salarial para quem participa de assembleia do sindicato e separação entre operadores de painel e da área. 




Convocamos todos os trabalhadores do Norte Fluminense e petroleiros do país, além de entidades e sindicatos a realizarem uma ampla campanha em defesa da reintegração imediata de Ana Paula. Além de injustificável e ilegal, a demissão da trabalhadora tem um objetivo político nítido, calar quem luta e amedrontar toda a categoria petroleira que, historicamente, é conhecida por ser vanguarda na luta em defesa de seus direitos, como a partir das campanhas nacionais em defesa do petróleo brasileiro. 

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