NF quer fim das perseguições em Cabiúnas
Demissão de petroleira será discutida em reunião com a
empresa nesta segunda, 14. Casos de punições configuram histórico de
abuso no Tecab e em outras bases do sistema Petrobrás
Em resposta a ofício do Sindipetro-NF, a gerência de Recursos
Humanos da Transpetro, no Rio, marcou para a segunda, 14, às 10h,
reunião com o sindicato para discutir a situação da petroleira Ana Paula
Aramuni, da base de Cabiúnas, que foi arbitrariamente demitida na
sexta, 4.
Para o sindicato, a demissão de Aramuni é mais um exemplo de
arbitrariedade da empresa, o que comprova a prática de tentar amordaçar
os petroleiros que questionam as condições de trabalho.
A petroleira atuou na Cipa de Cabiúnas por dois mandatos, tendo
acompanhado em 2010 a inspeção de auditores que culminou com autuações
do terminal em mais de 30 ítens. Perseguida pelas chefias, a
trabalhadora denunciou no Ministério Público do Trabalho a existência de
assédio moral na base — ontem, dois promotores do MPT estiveram no
Tecab, acompanhados pela Polícia Federal. Aramuni também inscreveu a sua
candidatura nas eleições para o Conselho de Administração da
Transpetro, ainda em curso.
No dia em que foi demitida, a petroleira deixou a base acompanhada
pelos diretores do NF Wilson Reis e Cairo Correia. Eles se reuniram no
mesmo dia com o Departamento Jurídico do sindicato, que continua a
acompanhar o caso e a tomar as medidas necessárias.
Arbitrariedades frequentes
A gerência de Cabiúnas tem um histórico de mau relacionamento com
os trabalhadores. A própria petroleira Aramuni havia sido vítima desta
prática, tendo recebido punição de cinco dias de suspensão em razão de
perseguição política na base, assim como os petroleiros Cláudio
Rodrigues Nunes e Mateus Ribeiro. Foi uma retaliação contra a
participação destes trabalhadores na greve de 2011.
Mas o comportamento não é exclusividade de Cabiúnas ou da Transpetro.
Nas bases da Petrobrás também são frequentes os abusos gerenciais. A
edição passada do Nascente registrou o caso do petroleiro Edton Araújo
Barbosa, que recebeu uma advertência por discordar da implantação da
“Fiscalização Remota” pelo MIS (Manutenção e Inspeção Submarina, ligado
ao E&P Serv), ideia também combatida pelo sindicato. O NF quer
reunião sobre o caso, mas o gerente da US-SUB, Maurício Diniz, até o
fechamento desta edição, não havia respondido aos pedidos da entidade.
Em todos estes casos, o sindicato dá apoio jurídico, político e, caso
necessário, financeiro aos petroleiros atingidos. Para a entidade, é
fundamental a preservação do direito básico de organização e de
liberdade de expressão.
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